Longe do mar esta é uma atípica cidade-estado birsa. Construída para ser a porta de entrada para a colonização dos Planaltos Vermelhos, a cidade teve seu brilho ofuscado pelo destino, quando o domínio Arcondi destruiu os sonhos de expansão birsas.
Localizada as margens do Lago Laur e de onde se retira a água tão importante para os grandes campos agrícolas que se estendem por vastos quilômetros em torno da cidade. A cidade foi construída toda em pedra e tijolo vermelho e suas grandes torres são protegidas por imensas e espessas muralhas do mesmo material. Seu portão duplo dá entrada para uma cidade planejada e arquitetada nos mínimos detalhes para assegurar a sobrevivência de seus habitantes e permitir um suprimento constante às cidades que viriam a ser fundadas posteriormente.
A principal fonte de renda da cidade tem sido o plantio das árvores de aromas, várias espécies de plantas que tem frutos, folhas e cascas usadas para a fabricação de incensos, perfumes e óleos essenciais, muito empregados nas cerimônias religiosas nos templos dos deuses birsos.
A rua dos aromas é um importante centro comercial e procurado por todos que desejam fazer compra destes materiais sejam comerciantes locais ou do povo do deserto.
O palácio da cúpula vermelha, construída com pedras da região, é o centro administrativo. Este se encontra localizado não na parte central da cidade, mas na região norte, junto ao escritório de magia da cidade.
Apesar de todas as dificuldades do deserto e da vida simples que levam, poucos são os que abandonam esta região. Para muitos moradores, a vida pacata que levam e a beleza do deserto são importantes demais para serem abandonados.
Duas vezes por ano, a cidade é “invadida” por participantes das corridas de cavalos praticadas pelos povos do deserto, o que acaba por alterar o pacífico cotidiano da cidade.
Rodreni é o líder da guilda de Trial e um obstinado comerciante que tem encontrado diversos meios de fortalecer seu comércio. Uma das formas de garantir o controle de suas mercadorias e principalmente deste mercado tem sido o pagamento anual de doações aos templos principais de cada uma das divindades birsas e conseguindo assim a colaboração destes. Desta forma nenhum dos templos tem comprado mercadorias que não são procedentes da guilda de comércio da cidade de Trial.
Captino é o sacerdote do templo de Trina e um dos principais colaboradores de Rodreni, por meio desse contato nasceu uma situação no mínimo inusitada: Captino e Cardius, Mestre Externo do escritório de Magia da cidade, tornaram-se grandes amigos.
Cardius é um homem muito difícil de odiar. Tranqüilo e bem humorado é querido por todos os subordinados e considerado um verdadeiro pai. Sua vida simples, passando as noites bebendo e rindo nas tabernas da rua dos aromas, sua rotina só é alterada quando recebe os convites de seu amigo Captino para jantar em sua casa.
A cidade conta com várias defesas e um exército com 6 mil soldados, sob o comando de Odir, o capitão da cidade. Quando ofereceram o cargo de capitão para Odir, ele mesmo achou algo estúpido, pois ser capitão no meio do deserto de nada valia. Para um birso o titulo de capitão remete a navios.
O Povo do Deserto ficaria encarregado de vender para outras cidades, que não fossem birsas, os produtos comprados com a guilda de Trial. Tudo é claro, sob a supervisão de dois empregados da guilda. A promessa de triplicar as vendas e o faturamento tem levado muitos a gastar rios de dinheiro pela cidade.
Aqueles que andam próximo as areias do deserto vermelho acreditam estarem vendo miragens. Pequenos navios descem e sobem as dunas vermelhas como se navegassem o mar. Criados para serem um transporte semelhante ao barco, estes “barcos das areias” são pequenas estruturas feitas de madeiras, que mais se assemelham a jangada sobre duas finas pranchas de madeira. Uma grande vela permite que está jangada possa mover-se rapidamente pelas areias do deserto levando aproximadamente 6 a 8 indivíduos ou 800 kg em peso. Mas quem tem utilizado esses veículos é um mistério.
Um povo semi-analfabeto e que tem obtido uma melhora em sua condição de vida. Apesar disso a infra-estrutura básica como escolas, novos canais de água para a cidade e balneários não têm sido construídos, o que demonstra o total descaso do rei para com seu povo.